Ainda estava de dieta pelo nascimento de meu filho quando recebi a noticia que eu mais temia em minha vida "veio a condenação". Eu não esperava por aquilo, tinha fé que Deus iria traze-lo de volta para casa e meu bebê não iria crescer sem um pai. Meu mundo desabou naquele instante que recebi aquela maldita ligação (cinco anos e sete meses de prisão em regime fechado), toda a minha fé e esperança foi pelo ralo em segundos.
Entrei em depressão profunda, não tinha mais vontade de viver, já não orava mais e nem muito menos acendia velas, tive que entregar minha casa, pois era alugada e não teria como bancar aluguel, casa, filho sozinha por anos e ainda por cima sem emprego.
De inicio fui morar na casa do meu sogro, (no começo sempre são rosas! mas é só passar uns dias para a realidade vir atona), ele e a mulher dele trabalhavam e saiam bem cedo de casa, eu por minha vez já que estava em casa cuidava dos afazeres domésticos "normal". Mas com o passar dos dias nada que eu fazia era o sulficiente (hoje eu sei que o meu maior erro foi não procurar algo para o meu próprio sustento "trabalho", para minha indepêndencia... reconheço que eu era um pêso na vida de todo mundo, mas naquela época eu não tinha força para dar a volta por cima), começaram ai as brigas e cobranças da parte da mulher do meu sogro. Cheguei a ir até a casa do meu pai chorando com meu filho nos braços implorando para que ele me ajudasse pois estava passando humilhações na casa dos outros (naquela época meu pai tinha uma casa que estava vazia e eu poderia me arranjar por lá), mas mesmo com as minhas lágrimas meu pai foi curto e grosso comigo "Não posso fazer nada, essa foi a vida que você escolheu" disse meu pai, e eu sai derramando lágrimas pelo asfalto e muito magoada com a atitude dele (mas hoje eu entendo ele, sei que eu o decepcionei demais, sei que ao negar a casa ele queria me dar uma lição, de uma certa maneira queria que eu acordasse para a realidade), não conseguia enxergar essa realidade, sentia muita pena de mim mesma (me achava a coitadinha), esse foi o meu pior erro, e mais uma vez iria aprender com o sofrimento.