(auto biografia) entre parentêses PARTE IX

continuando...


De volta para minha realidade, sem casa para morar e com um filho pequeno, estava de casa em casa, sogro... sogra... tia... Etc e tal.

Minha mãe arrumou um novo marido e estava de mudança para o paraná, na época minha irmã do meio tinha uns 16 anos e não queria ir com minha mãe, e é claro que minha mãe não poderia ir embora e deixa-la morando sozinha, então juntando o útil ao agradável eu fui até a casa de minha mãe se oferecer para morar junto com minha irmã (e mais uma vez iria quebrar minha cara), minha mãe até que concordou, já a minha irmã por pirraça boba de adolescente disse que comigo ela não moraria e ninguém a obrigaria a fazer isso (nem dá pra explicar o que eu senti naquele momento, minha própria irmã falando aquilo sabendo que eu nem casa tinha pra morar, meu mundo se acabou de repente), e como minha irmã sempre foi a queridinha da mamãe é claro que minha mãe fez a vontade dela, e chamou uma prima pra morar com ela mesmo sabendo que eu não tinha para onde ir. Mais uma vez sai com meu filho nos braços sem rumo, sem destino e derramando lágrimas de sangue, pois a cada dia meu coração se dilacerava mais, não tive apoio nenhum da minha própria família, isso machuca demais.

Mas tava na cara que minha irmã morando com minha prima não iria dar certo, minha prima não tinha nenhuma responsabilidade, mal sabia cuidar de si mesma quanto mais cuidar de minha irmã em fase adolescente e ainda por cima namorando, meu pai começou a pegar no pé de minha mãe dizendo que ela estava sendo irresponsável em deixar minha irmã morando assim praticamente sozinha, então meu pai resolveu pegar a guarda de minha irmã e a casa da minha mãe ficou vazia (então adivinhem o que minha mãe fez?... não ela não me deu a casa para morar, ela a vendeu... sim ela vendeu a casa). Nesse momento eu decidi que era hora de retirar meu time de campo, sem ter pra onde ir e aguentando humilhações na casa de parentes do pai de meu filho resolvi ir embora de SP, na época eu tinha um carro que valia uns R$ 7 mil, era meu único bem e eu me desfiz dele, e nessas horas de mais necessidade é que aparecem aqueles tipos aproveitadores, o cara pra quem eu vendi o carro me deu alguns cheques roubados, dá pra acreditar nisso? Eu fiquei com o recibo do carro, mas de que valia o recibo se esse cara já tinha sumido com o meu carro? A minha única opção foi esperar a boa vontade dele em me pagar, então ele foi me pagando o carro aos poucos e foi com esse dinheiro que eu sobrevivi por alguns meses na cidade do interior onde o pai de meu filho estava preso (sim acreditem eu me mudei para mais de 700km de distância de SP sozinha com um filho pequeno só com a cara e a coragem). Cheguei nessa cidade sem nenhum conhecimento e fiquei na casa de uma mulher que também tinha o marido preso lá junto com o meu, até eu encontrar uma casa para eu alugar, e nessa cidade mulher de preso era muito descriminada então era ainda mais dificil arrumar uma casa, passei alguns 'mals bucados' na casa dessa mulher, ela me roubou dinheiro, roupa sem contar que eu tinha que comprar de tudo pra casa dela pois eu estava lá de favor.


Acho que fiquei na casa dela mais ou menos uns 30 dias, (mais foi tão ruim que pareceu mêses), mas graças a Deus logo consegui uma casinha pra alugar, entrei pra dentro dessa casa sem nenhum móvel, lá dentro tinha apenas um sofá velho que serviu como cama, e meu filho que na época tinha apenas mêses. Depois fui à uma loja de móveis usados e comprei um fogão pré-histórico daqueles do tempo de nossos avós 'azul' que tem tipo umas asinhas laterais, (acho que tem gente que nunca nem viu esse tipo de fogão) pois é mas o importante era que ele funcionava, paguei R$ 30 reais nele e a dona da casa que eu aluguei me emprestou um butijão de gás, comprei também uma geladeira por R$ 50 reais (pelo preço dá até pra imaginar o estado da geladeira né? rsrs) e foi assim que eu fui me virando por lá, sozinha longe de todos apenas com o meu bebê de companhia. Acho que o que fiz foi o certo naquele momento (ter ido pra longe de todos, precisava de um tempo sozinha), passei 6 mêses por lá, foram dias de muita paz e sussêgo, tanta paz que pareceu ser é 6 anos, nesse tempo que fiquei por lá pude visitar o pai do meu filho todos os finais de semana, pois da minha casa até a penitênciária era apenas alguns minutos andando. Mas infelizmente o dinheiro do carro estava se acabando, e esse dinheiro era minha única renda, será que o pesadêlo vai voltar? será que voltarei a passar por humilhações na casa dos outros?



Continua...

(auto biografia) entre parentêses PARTE VIII

continuando...


Com a condenação veio também a transferência para o presídio no interior de Sp, pois não há mais presídios na capital, agora para visita-lo eu teria que viajar mais de oito horas, sem contar a dispesa com passagem de ônibus, alimentação, e hotel. As coisas pioravam a cada dia.
E eu ainda sem um lar, sem emprego, sem perspectiva de vida, com um filho pequeno e um marido preso (meu Deus será que esse é o fundo do poço?).
Comecei a fazer imãs de geladeira pra juntar dinheiro e assim poder comprar a passagem para ir vizita-lo, não pensava no meu filho nem se quer em mim mesma, só conseguia pensar nele, em ter o bendito dinheiro da passagem, ai começa uma nova jornada em minha vida, o ônibus era de excursão (sim as famosas excurções... os famosos ônibus de familiares de presos que tanto já ouvimos falar de assidentes em noticiários na tv), mas eu tinha que me arriscar assim mesmo, pois a passagem do ônibus convencional era o dobro do valor.
Os ônibus partiam de uma praça em frente ao terminal rodoviário da barra funda em Sp, dalí saem ônibus para todas as penitênciárias do interior, (imaginem a confusão, eu ainda não tinha noção do que era aquilo ali, parace mais com um sub-mundo sei lá), eu nunca havia visto nada igual, tanta mulher "malandrona", tanta gíria, tantas sacolas de "jumbo" (é assim que é chamado os alimentos que essas mulheres "inclusive eu" levam para seus companheiros), no começo tudo era muito assustador, pois eu já tinha ouvido falar muito mau dessas "mulheres de preso" e agora eu estava ali no meio delas (ou melhor agora eu era uma delas), eu tinha medo até de olhar pro lado e uma delas não ir com a minha cara, mas com o passar do tempo eu fui aprendendo a conviver com isso, e também fui conhecendo um lado que eu não imaginava que existia, o lado companheiro e amigo que muitas dessas mulheres tem, é uma união em meio ao sofrimento, muitas ali já estavam nessa vida a mais de 10 anos, ou por diversas vezes. É claro que tinha também pessoas muito ruins nesse meio, e é dessas pessoas que vem a tal mau-fama. Como eu era marinheira de primeira viajem, estava totalmente perdida e como eu já disse que há uma certa união entre elas, já logo uma apareceu para me dar alguns toques, perguntou se era a minha primeira vez e eu respondi quem sim, então ela me disse: - Tome muito cuidado com as suas coisas tanto no ônibus quanto no hotel, pois tem certas mulheres aqui que carregam drogas e se acontece de a polícia nos parar elas costumam jogar os seus "B.O." nas coisas dos outros. E eu que já estava com medo depois disso fiquei em "choque", o ônibus saiu de Sp era mais ou menos umas 11 horas da noite na sexta-feira, e eu fui a viajem inteira acordada morrendo de medo que algo acontecesse, no meio da estrada houve uma "blits" logo na minha primeira viajem, (os ônibus de mulher de preso já é visado pela polícia que sempre armam essas famosas blits a procura de contravenções "drogas, armas... etc") nunca pensei que fosse tão humilhante assim, os policiais nos tratam como se fossemos todas criminosas, policiais femininas que mais parecem "sapatonas" revistam uma por uma de nós, enquanto policiais reviram todas as nossas coisas e jogam tudo no asfalto, desde os alimentos até nossas calsinhas, (é tanta humilhação que nem dá para descrever tudo, essas blits costumam atrazar a viajem em duas horas ou mais, isso quando não acham nada, porque se alguma dessas mulheres "dispensão" droga dentro do ônibus ai ninguém é liberado pra seguir viajem em quanto não aparecer um culpado). Tive muito medo de alguém jogar algo em minhas coisas ou em meu banco, mas graças a Deus nada de pior aconteceu e seguimos viajem normalmente.


Quando chegamos lá na porta da penitênciária eu peguei a senha de n° trezentos e lá vai cacetada, nem me lembro ao certo, só lembro que eu entrei na visita já era mais de 2 horas da tarde, sendo que a visita começa as 8:00 da manhã, apesar da canseira o ambiênte lá era mais agradável "se é que pode se chamar de agradável" do que o do centro de detenção provisória na capital, pois os agentes penitenciarios do interior eram mais educados "humanos" e não nos tratavam como um lixo.
Quando eu finalmente o encontrei no pavilhão comecei a chorar sem parar, entramos para o "barraco" como são chamadas as celas, e mal pude matar a saudade já era hora de sair, mas estava feliz por saber que no outro dia iria vê-lo novamente, pois no interior as visitas eram aos sábados e domingos, então fui para o hotel e lá comenheci outras mulheres, essas que tinnham entrado muito primeiro que eu na visita pois tinham senhas baixas (e eu é claro queria uma senha baixa também e faria o que fosse preciso para consegui-la), então elas me disseram que dormião na fila da penitênciária e me chamaram pra ir também (naquela época eu não media sacrificios para estar ao lado dele, então lá foi eu durmir ao relento), e funcionou, realmente fui uma das primeiras da fila, entrei na visita era umas 8:30 mais ou menos e dessa vez pude aproveitar bem melhor, mas quando chegou a hora de ir embora bateu aquela tristeza de não poder leva-lo comigo, de não saber quando eu iria vê-lo novamente, sai da penitenciaria aos prantos, embarquei no ônibus rumo a minha dura realidade.




continua...

(auto biografia) entre parentêses PARTE VII

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Agora com um filho em minha vida, tudo começa a mudar... (mas ainda colocava o pai do meu filho em primeiro lugar em minha vida), uma semana depois que meu bebê nasceu, já estava eu lá na porta do centro de detenção esperando para entrar, nem o umbigo do bebê havia caido ainda (e eu já estava o levando para aquele lugar imundo para conhecer um pai que nem pensou nele quando cometeu todas as atrocidades, ele "o pai" se mostrava muito arrependido, mas na situação dele quem não estaria não é mesmo?), naquela época eu não enxergava nada em minha frente a não ser o pai do meu filho. Parecia ser o ar que eu respirava, estava céga com a minha própria vida.

Os dias foram passando vagarosamente, e isso era uma tortura para mim, tinha esperança que ele logo voltaria para casa e todo aquele pesadelo acabaria (em fim poderiamos ser uma familia de verdade), continuava a orar e acender velas todos os dias, era como um ritual para que Deus o troxesse de volta.


Ainda estava de dieta pelo nascimento de meu filho quando recebi a noticia que eu mais temia em minha vida "veio a condenação". Eu não esperava por aquilo, tinha fé que Deus iria traze-lo de volta para casa e meu bebê não iria crescer sem um pai. Meu mundo desabou naquele instante que recebi aquela maldita ligação (cinco anos e sete meses de prisão em regime fechado), toda a minha fé e esperança foi pelo ralo em segundos.

Entrei em depressão profunda, não tinha mais vontade de viver, já não orava mais e nem muito menos acendia velas, tive que entregar minha casa, pois era alugada e não teria como bancar aluguel, casa, filho sozinha por anos e ainda por cima sem emprego.

Ai começa a pior faze da minha vida, sem casa para morar, com um filho pequeno para criar, sem emprego... e o pior sem vontade de viver me tornei um peso nas costas dos outros. Não tive nenhum apoio de minha mãe e nem de meu pai, a minha única opção era correr atraz da familia do pai do meu filho, ai vieram também as humilhações.

De inicio fui morar na casa do meu sogro, (no começo sempre são rosas! mas é só passar uns dias para a realidade vir atona), ele e a mulher dele trabalhavam e saiam bem cedo de casa, eu por minha vez já que estava em casa cuidava dos afazeres domésticos "normal". Mas com o passar dos dias nada que eu fazia era o sulficiente (hoje eu sei que o meu maior erro foi não procurar algo para o meu próprio sustento "trabalho", para minha indepêndencia... reconheço que eu era um pêso na vida de todo mundo, mas naquela época eu não tinha força para dar a volta por cima), começaram ai as brigas e cobranças da parte da mulher do meu sogro. Cheguei a ir até a casa do meu pai chorando com meu filho nos braços implorando para que ele me ajudasse pois estava passando humilhações na casa dos outros (naquela época meu pai tinha uma casa que estava vazia e eu poderia me arranjar por lá), mas mesmo com as minhas lágrimas meu pai foi curto e grosso comigo "Não posso fazer nada, essa foi a vida que você escolheu" disse meu pai, e eu sai derramando lágrimas pelo asfalto e muito magoada com a atitude dele (mas hoje eu entendo ele, sei que eu o decepcionei demais, sei que ao negar a casa ele queria me dar uma lição, de uma certa maneira queria que eu acordasse para a realidade), não conseguia enxergar essa realidade, sentia muita pena de mim mesma (me achava a coitadinha), esse foi o meu pior erro, e mais uma vez iria aprender com o sofrimento.


continua...

(auto biografia) entre parentêses PARTE VI



Continuando...


Naquele dia cheguei em minha casa me sentindo um "lixo"... pela impotência daquele momento, por me sentir de mãos atadas, por não poder fazer nada para mudar aquela situação (logo eu que sempre fiz o que "deunatelha"... que sempre corri atraz do que eu achava certo, mesmo sendo errado, sem medir conseqüências), desta vez a minha única opção era esperar. Esperar por uma justiça humana que muitas vezes é falha, e dessa vez eu torcia pra que ela falhasse novamente, pois eu sabia que se ela fosse justa significaria o meu sofrimento maior, sei que ele teria contas a acertar e pagaria um preço alto pelos seus atos ilícitos, e talvez os mais prejudicados neste caso seria eu e o nosso filho, pois não fizemos nada e pagariamos junto por tudo aquilo.
Todos os dias no fim da noite, eu acendia uma vela e orava... pedia para que Deus colocasse sua mão sobre nossa pequena família e abençoasse, e com muitas lágrimas eu pedia pra que ele trouxesse meu marido de volta.
Mas os dias foram passando e a minha situação não era nada boa, estava grávida de quase 7 mêses e ainda não havia comprado nada para o bebê, sem contar que estava sem emprego e morava de aluguel. O mês logo passou, e com isso veio o aluguel (de onde eu tiraria dinheiro para paga-lo?) começaram ai as humilhações, fui atraz do pai dele pedir ajuda. Bom o primeiro mês foi fácil, ele me deu o dinheiro e eu paguei o aluguel. Mas não era só isso, ainda faltavam as coisas do bebê... Os dias foram passando, noites mau dormidas, solidão, insônia, velas, orações, e nada, (parecia que Deus tinha outros planos). Eu só conseguia pensar no dia de visita contava os dias para chegar logo o fim de semana para assim poder vê-lo.
À poucas semanas do nascimento de meu bebê, meu pai me deu uma boa quantia para que eu pudesse comprar o enxoval, (graças a Deus e ao meu pai, sem roupa o meu bebê não iria nascer), fui com a minha mãe na loja e comprei tudo (berço, colchão, banheira, mamadeira... etc... tudo mesmo... "azul é claro" para o meu muleque! ).
27 de Março de 2002, essa seria a minha última consulta do pré-natal (e eu nem imaginava, acreditem eu fui de moto, rsrs). Cheguei na consulta na hora certinha, mas eu era a útima da lista... (já dá pra imaginar que fiquei horas lá naquele postinho não é mesmo, infelizmente contar com a assistência de saúde pública não é nada fácil), quando o médico foi me examinar já era umas 18:00 horas... (daí veio a noticia que eu mais temia... o parto). O médico me examinou e me perguntou se eu me sentia bem, eu o respondi que sim, então ele disse: - Então vai até sua casa, arrume sua bolsa e pode ir para a maternidade porque o seu bebê nascerá hoje.
Eu tomei um susto, mas achei que ele estava brincando comigo, pois eu não estava sentindo nada, ao contrário, me sentia super bem. (mas ele realmente estava falando a verdade) Fui até a casa de meu pai e pedi para ele me levar até a maternidade, (estava bem tranqüila, sem dor alguma, e achava que quando chegasse lá o médico iria me mandar de volta pra casa e diria que ainda não está na hora do bebê nascer... e nem arrumei bolsa coisa nenhuma), liguei para minha mãe e disse que eu estava indo para a maternidade e pedi pra ela que lavasse as roupinhas do bebê e arrumasse tudo pra mim (até a minha mãe pensou que eu estava brincando), quando cheguei lá e me fizerão tirar a roupa e colocar aquela roupa estranha de hospital e etregarão meus pertences ao meu pai, (aí é que a fixa caiu). Fui para a sala de pré-parto, e meu pai teve que ir embora, fiquei sozinha e com um medo enormeeeeeeee (não só pela dor do parto que eu nunca tinha sentido antes mais já tinha ouvido muito a respeito, mas também pela transformação que a minha vida sofreria a partir daquele momento).
Entrei na sala de pré-parto mais ou menos umas 8:00 noite, uma enfermeira me colocou no sôro, (eu "ainda" estava bem tranqüila), As horas foram passando e eu via outras mulheres chegarem em trabalho de parto gritando igual loucas, e eu ali sem sentir nada (pensava... será que dói tanto assim? ou será que são umas escandalosas mesmo?). Passei a noite no sôro e nada dessa tal dor chegar, já estava com fome e com sede, mas a enfermeira não me deixava comer nada, (já estava de saco cheio de ficar ali naquela cama ouvindo gritos, mulheres entrando e saindo daquela sala e eu nadaaa). Eram quase seis horas da manhã, quando de repente... as benditas dores comessaram, (meu Deus do céééu... que dor absurdaaaa, agora chegou a minha vez de gritar). Mas isso durou pouco tempo "graças a Deus", fui para a mesa de parto e exatamente as 6:10 da manhã do dia 28 de março de 2002 nasce meu bebê, ainda me lembro da sensação maravilhosa que senti quando eu o vi pela primeira vez (nossa ele era lindooo... sei que toda mãe acha seu filho lindo, mesmo que tenha cara de joelho como todos dizem, mas o meu era lindo sim!), tão perfeitinho, e graças a Deus com uma saúde perfeita também. (seu nome? Gustavo! lindo nome também não é mesmo? rsrs).
Logo fui para o quarto, e maternidade pública é assim que funciona "quem pariu seus matheus que balance", então eu que nunca tinha tido um filho antes tive que cuidar do meu sozinha no hospital, trocar, banhar, amamentar... etc (meu Deus do céu e ele num parava de choraaaaar... rsrs)
Chega a hora mais esperada na maternidade, a hora da visita... (ainda me emociono de lembrar daquele momento) na primeira visita quem veio foi minha mãe, eu estava feliz por ela estar ali, mas não conseguia desfarçar a tristeza de não poder contar com a visita da pessoa mais importante naquele momento (o pai de meu filho... o homem da minha vida), dividia o quarto com uma outra mãezinha de primeira viajem, e eu via o marido dela pegar seu filho no cólo com um brilho nos olhos, e tinha vontade de chorar por meu marido não estar ali comigo.
Fiquei na maternidade três looongos dias, horas que pareciam não passar nunca. Em fim chega o dia 30 e eu irei para casa após a visita. Meu pai chega para me levar embora, então fomos dar baixa nos papéis e pegar a minha tão esperada "alta". Dai a moça do balcão perguntou a meu pai: - O senhor é o pai?... se referindo ao bebê (sem perceber meu pai disse que sim) e depois é que ele concertou dizendo: - Sou pai dela ... (quando ela perguntou ele achou que ela estava falando de mim.. rsrs).
Fomos para casa (ai ai em fim em casa! já estava com saudade da minha casinha), de volta para a realidade, agora já não mais só... tenho um principe para me fazer companhia. É inesplicável a mudança que um filho proporciona em nossas vidas, é um amor incondicional, é o mais puro dos sentimentos. Hoje posso dizer que um filho é tudo na vida de uma pessoa!
No começo foi meio dificil de acostumar com a responsabilidade que um filho nos faz carregar, também fui "pararicada" (confesso que isso foi muito bom), minha mãe estava sempre lá em casa cuidando de mim, fazendo comida e me ajudando a cuidar do Gu.
Daí pra frente a minha vida foi ficando cada vez mais díficil, só que agora eu não estou só como antes, tenho meu filho... minha razão maior para lutar e vencer.
continua...